Inflação no Brasil: uma relação de amor e ódio.

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Inflação: “não me diga…”

Inflação é o aumento generalizado e persistente dos preços dos bens e serviços em uma economia. A inflação afeta o poder de compra do dinheiro, pois reduz o seu valor real ao longo do tempo. Isso significa que, com a mesma quantidade de dinheiro, é possível comprar menos produtos e serviços do que antes. Por exemplo, se a inflação for de 10% ao ano, um produto que custava R$ 100 no início do ano passará a custar R$ 110 no final do ano. Portanto, quem tinha R$ 100 no início do ano poderá comprar apenas 0,91 unidades do produto no final do ano, perdendo 9% do seu poder de compra. A história da inflação no Brasil é marcada por períodos de alta instabilidade, hiperinflação e diversos planos econômicos que tentaram controlar o problema. Antes do Plano Real, implantado em 1994, o Brasil chegou a ter taxas de inflação anuais superiores a 1000%. Depois do Plano Real, a inflação foi reduzida e estabilizada em níveis mais baixos, mas ainda acima da meta estabelecida pelo governo.

Escudo contra a Inflação

Para se proteger da inflação, é preciso investir em ativos que tenham rentabilidade superior à taxa de inflação ou que sejam corrigidos pela inflação. Alguns exemplos de ativos com rentabilidade superior à inflação são: ações de empresas que tenham lucratividade crescente e capacidade de repassar a inflação para os seus preços, fundos multimercados que invistam em diferentes classes de ativos e possam se adaptar às mudanças do cenário econômico, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) que financiam operações de crédito com taxas elevadas e garantias reais, criptomoedas que tenham oferta limitada e demanda crescente. Alguns exemplos de ativos corrigidos pela inflação são: títulos públicos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fundos imobiliários que recebem aluguéis reajustados pela inflação, debêntures incentivadas que pagam juros mais IPCA, contratos futuros de commodities que refletem as variações dos preços internacionais.

Sopa de letrinhas: IPCA e IBGE

O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil, usado pelo governo para definir a meta de inflação e pelo Banco Central para conduzir a política monetária. O IPCA é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base em uma cesta de produtos e serviços que representa o consumo médio das famílias brasileiras com renda entre 1 e 40 salários mínimos. O IPCA abrange 16 regiões metropolitanas do país e é divulgado mensalmente. Para calcular o IPCA, o IBGE coleta os preços dos itens da cesta em mais de 30 mil estabelecimentos comerciais e faz uma média ponderada dos preços, levando em conta o peso de cada item na cesta. Os itens que têm maior peso na cesta são: alimentação e bebidas, habitação, transportes e saúde e cuidados pessoais. Esses itens respondem por cerca de 75% do IPCA.

Inflação é a mesma para todos?

A inflação pode variar de acordo com o estado brasileiro, pois os preços dos produtos e serviços podem ser diferentes em cada região. Por exemplo, o preço da gasolina pode ser mais alto em um estado do que em outro, devido aos impostos estaduais. Além disso, a composição da cesta de consumo pode mudar conforme os hábitos e as preferências das famílias em cada estado.

A inflação também pode variar de acordo com cada pessoa, pois cada indivíduo tem um padrão de consumo diferente. Por exemplo, uma pessoa que gasta mais com educação pode sentir mais a inflação do que uma pessoa que gasta mais com lazer. Para medir a inflação pessoal, é preciso levar em conta os gastos específicos de cada um.

Abaixo a Inflação!

Para minimizar os efeitos negativos da inflação, é preciso adotar medidas que visem o equilíbrio entre a oferta e a demanda na economia, evitando pressões inflacionárias tanto pelo lado dos custos quanto pelo lado da demanda. Além disso, é preciso manter uma política monetária responsável, que controle a quantidade de dinheiro em circulação e mantenha as expectativas de inflação ancoradas na meta. Também é importante ter uma política fiscal prudente, que evite déficits públicos excessivos e dívida pública insustentável.

Sem inflação “se vai ao longe”?

É possível o Brasil prosperar sem inflação, desde que haja um ambiente econômico favorável ao crescimento sustentável, com estabilidade macroeconômica, segurança jurídica, infraestrutura adequada, educação de qualidade, inovação tecnológica e abertura comercial. A inflação baixa e estável é uma condição necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento econômico e social do país.

Comenta aí sua experiência com a inflação e se você já se protege dela quando investe.

 

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