Pirâmide Financeira é coisa do Egito?
Uma pirâmide financeira é um tipo de golpe que envolve a promessa de ganhos rápidos e fáceis com o recrutamento de novos participantes para um esquema. Geralmente, os primeiros a entrar no esquema recebem uma parte do dinheiro dos que entram depois, mas não há uma atividade econômica real ou sustentável por trás. O esquema depende do aumento constante de novos participantes, mas quando esse fluxo diminui, a pirâmide desmorona e a maioria das pessoas perde o dinheiro investido.
Marketing Multinível
Já o marketing multinível é uma forma de venda direta que envolve a formação de uma rede de distribuidores independentes que ganham comissões sobre as vendas próprias e sobre as vendas dos seus indicados. Nesse caso, há um produto ou serviço legítimo sendo comercializado e os ganhos dependem do desempenho individual e coletivo da rede. O marketing multinível é legal e regulamentado no Brasil, desde que cumpra certos requisitos, como ter um contrato claro com os distribuidores, oferecer treinamento e suporte, garantir o direito de arrependimento e não exigir um investimento inicial alto.
Pirâmide ou Multinível?
A diferença entre pirâmide financeira e marketing multinível, portanto, está na existência ou não de uma atividade econômica lícita que justifique os ganhos dos participantes. Uma forma de identificar se um negócio é uma pirâmide financeira ou um marketing multinível é verificar se a maior parte da receita vem das vendas dos produtos ou serviços ou das taxas pagas pelos novos integrantes. Se for o segundo caso, há uma grande chance de se tratar de uma pirâmide financeira.
O Alicerce da Pirâmide
A origem das pirâmides financeiras é incerta, mas há registros de golpes semelhantes desde o século XIX. Um dos casos mais famosos foi o da Companhia para o Comércio nos Mares do Sul, na Inglaterra, que em 1720 prometia lucros exorbitantes com o monopólio do comércio nas colônias espanholas da América. A companhia inflacionou o preço de suas ações com falsas notícias e especulações, mas quando a bolha estourou, muitos investidores ficaram arruinados.
Dinheiro fácil existe?
Quem geralmente cai em pirâmides financeiras são pessoas que buscam uma forma fácil de enriquecer, que não têm conhecimento sobre investimentos ou que são iludidas por falsos testemunhos de sucesso. As pirâmides financeiras costumam usar estratégias de persuasão e manipulação psicológica para convencer as vítimas a aderir ao esquema e a convidar outras pessoas.
Não seja Piramideiro
Para se prevenir contra pirâmides financeiras, é preciso ter cuidado com ofertas que parecem boas demais para ser verdade, que prometem retornos altos e garantidos em pouco tempo, que exigem um pagamento inicial para participar ou que não têm uma fonte clara de renda. Também é importante pesquisar sobre a empresa ou pessoa que oferece o negócio, verificar se ela tem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou no Banco Central e consultar órgãos de defesa do consumidor como o Procon.
O Crime não compensa
A punição legal para quem faz esquema de pirâmide financeira varia de acordo com o tipo e a gravidade do crime cometido. Entre os crimes mais comuns estão estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. As penas podem ir de multas a prisão, dependendo do caso.
Não há uma estatística oficial sobre o número de vítimas ou o prejuízo causado por pirâmides financeiras no Brasil, mas estima-se que milhões de pessoas já tenham sido lesadas por esse tipo de golpe. Alguns dos casos mais famosos de pirâmides financeiras no país foram os da Telexfree, da Avestruz Master, da Fazendas Reunidas Boi Gordo, da JJ Invest e o investigado Faraó dos Bitcoins.
Comenta aí se você já caiu ou conhece alguém que tenha caído em um esquema de Pirâmide. E o mais importante, diga se já consegue se livrar de uma furada dessas com as informações desse artigo.
